A crescente demanda por energia, materiais e alimentos ambientalmente amigáveis tem impulsionado o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis com base em recursos renováveis e de base biológica nos diferentes setores agroindustriais. Na agricultura, fertilizantes e defensivos químicos não renováveis têm sido substituídos por produtos de origem biológica, denominados bioinsumos, visando-se maior sustentabilidade.
A partir dessa premissa, a Embrapa Agroenergia, a SJC Bioenergia e a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) assinaram, no dia 28/9, um Acordo de Cooperação Técnica e Financeira para desenvolver o projeto denominado “Bioinsumo fúngico obtido a partir de vinhaça de milho para aplicação em cultivo de cana-de-açúcar”, com o objetivo de desenvolver um biofertilizante à base de fungos (leveduras) cultivados na vinhaça de milho.
O projeto, cuja validade é de três anos (2023 a 2026), tem o valor total de R$1.450.020,00. Desse total, R$483.340,00 serão responsabilidade da empresa parceira, R$483.340,00 serão aportados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e R$483.340,00 é a parte da Embrapa, valor correspondente ao pessoal.
Parceria no InovAr
A parceria entre a Embrapa e a SJC Bioenergia começou no 2º Encontro InovAr – Diálogos de Inovação Tecnológica, evento idealizado pela área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia para prospectar empresas visando a celebração de parcerias para codesenvolvimento e cocriação de soluções tecnológicas.
“O objetivo do InovAr é aproximar a Unidade do setor produtivo. A SJC Bioenergia participou do evento e, em tratativas com a Unidade Embrapii – Agroenergia, surgiu a oportunidade para a construção e negociação de um projeto de parceria. Essa interação Embrapa e empresas é fundamental para movimentar o ecossistema de inovação da Unidade”, afirmou a analista Isabela Barbirato, supervisora do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia.
Esse é mais um projeto de pesquisa da Embrapa Agroenergia com o setor sucroalcooleiro. “Isso é importante porque estamos inserindo a Embrapa no mercado sucroalcooleiro brasileiro e também é uma contribuição para sairmos na frente no desenvolvimento de bioinsumos”, disse Sérgio Saraiva Nazareno dos Anjos, supervisor do Setor de Prospecção de Avaliação de Tecnologias da Embrapa Agroenergia, responsável por instruir, negociar e celebrar acordos de parcerias.
Objetivo do projeto
Segundo o pesquisador João Ricardo Moreira de Almeida, coordenador do projeto, a substituição ou diminuição do uso de fertilizantes de origem não renovável por biofertilizantes tem se mostrado possível em diferentes culturas. “De fato, vários microrganismos solubilizadores de nutrientes no solo e produtores de fito-hormônios têm sido isolados, caracterizados e empregados no desenvolvimento de bioinsumos para aplicação em diferentes culturas, mas com limitado uso na cana-de-açúcar”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, apesar do sucesso no uso de vinhaça de milho como biofertilizante pela SJC Bioenergia, ainda existe a necessidade do melhor uso dessa matéria-prima. “Essa é a proposta do projeto, que vai empregar leveduras da coleção da Embrapa Agroenergia previamente selecionadas pelo potencial de uso como biofertilizantes”, explicou João Ricardo.
Além do coordenador João Ricardo, a Embrapa Agroenergia também está trabalhando no projeto com outros pesquisadores e analistas de pesquisa, e também as equipes das áreas de gestão e coordenação de projetos. Pela SJC Bioenergia, participam o gerente de Processos Agrícolas Renan Santos Florentino, o coordenador de Processos Agrícolas Rogério Viana e o gerente de Processos Industriais Isaac Alves Pinho.
SJC Bioenergia
A SJC Bioenergia é uma empresa com atuação nacional e internacional, localizada na cidade de Quirinópolis, no Estado de Goiás, produtora de açúcar VHP, etanol, eletricidade, nutrição animal e óleo vegetal. A empresa processa cerca de 10 milhões de toneladas equivalentes de cana-de-açúcar por safra. Atualmente, também produz etanol de milho, processando cerca de 600 mil toneladas de grãos por safra. A empresa também tem produção de bactérias e fungos on farm para uso como insumos biológicos.
Fonte: Embrapa Agroenergia
Comentários