Em Mato Grosso do Sul, são 71.164 mil propriedades rurais economicamente ativas (IBGE, 2024). Desse total, 43.223 são agricultores familiares, o que representa 61%. Existem 204 assentamentos da reforma agrária, com 29 mil famílias de agricultores familiares, evidenciando a importância dos agricultores familiares para o Estado. Os munícipios de Mundo Novo, Sete Quedas e Novo Horizonte do Sul surgiram a partir de assentamentos de reforma agrária.
As principais atividades econômicas dos agricultores familiares são cultivo de soja, mandioca, milho e pecuária leiteira, sendo a pecuária leiteira a atividade mais comum e frequente entre os agricultores familiares. O grande desafio para esses agricultores familiares, sejam eles assentados pela reforma agrária ou não, é obter renda que lhes assegure qualidade de vida satisfatória para atendimento básico das necessidades pessoais e melhoria dos processos de produção, de tal modo a aumentar a produtividade dos fatores de produção (terra, capital e trabalho). Assim, todos os esforços devem ser direcionados para o que, quando, como e para quem produzir.
Outro aspecto a ser considerado é a questão organizacional. Por mais simples que seja o modelo organizacional, este é fundamental para a melhoria da rentabilidade de qualquer que seja a atividade do agricultor familiar. O pequeno agricultor é muito afetado pela compra dos insumos e na venda do seu produto. Via de regra, quem compra maiores quantidades paga preços menores e na venda de grandes quantidades obtém-se maiores preços por unidade. Assim, é fundamental organizar o sistema de compras de insumos e venda da produção.
Organizar a compra da produção parece menos complexa. No entanto, é mais complexo organizar todo o processo de produção, levando em conta o que produzir, a quantidade a ser produzida e a qualidade da produção, algo que exige constante acompanhamento. Por isso, torna-se fundamental uma efetiva assistência técnica que possa orientar os agricultores no planejamento da unidade de produção, incluindo o aporte de recursos financeiros.
A questão da sucessão familiar é outro ponto que precisa ser considerado no processo, para aumentar a chance do negócio prosperar. É evidente que somente tecnologia, sob o ponto de vista agronômico, não é suficiente para a melhoria da produtividade e rentabilidade na agricultura familiar. É necessário, então, o envolvimento de todos aqueles que efetivamente estão envolvidos com o processo de produção agropecuária dos agricultores familiares, tais como instituições de pesquisa, de assistência técnica, prefeituras, dentre outras entidades de natureza pública ou privada.
É evidente que para a melhoria da renda dos agricultores familiares, faz-se necessário um conjunto de esforços, que tenham como objetivo central a melhoria da produtividade e rentabilidade dos fatores de produção. Assim, será possível que estes agricultores familiares consigam que seus descendentes deem continuidade ao trabalho de produzir alimentos para atender a sua demanda e a da sociedade. Com a melhoria da renda, será possível assegurar adequada qualidade de vida para a família, além da modernização dos métodos e/ou processos de gestão da propriedade. O conhecimento é um fator que deve ser acrescentado de tal forma que a atividade propicie o mínimo de renda aos agricultores.
Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste
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