Luan Pivatto, falou sobre “Segregação de trigo”, com destaque ao projeto “Farinhas Especiais”
No dia 6 de agosto, a Cooperalfa em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, promoveu o dia de campo com o tema: “Novos conceitos da triticultura”. Ao longo do dia, cerca de 90 participantes, entre eles produtores rurais e profissionais de assistência técnica, conheceram projetos e inovações tecnológicas voltadas para o aumento da produção de trigo na região e que podem contribuir para o desenvolvimento da cultura no estado.
O pesquisador Claudio Lazzarotto, da Embrapa Agropecuária Oeste e também responsável pelo evento, conduziu a palestra com o tema: “Panorama da Triticultura em Mato Grosso do Sul”. Lazzarotto destacou o cenário atual e trouxe informações sobre as inovações tecnológicas relacionadas às lavouras. “Nos últimos anos, o cultivo de trigo passou por grandes transformações. É essencial olharmos essa cultura com uma perspectiva atual, em vez de uma visão histórica. Hoje, há uma série de inovações, incluindo uma ampla gama de cultivares, tetos de produtividade mais altos, novos insumos, diferentes formas de comercialização e estratégias de manejo, além de atender a novas demandas de consumo,” explica Claudio. Ele destaca que essas inovações tecnológicas criam um cenário promissor para a produção de trigo, e, quando aplicadas corretamente e com planejamento, podem resultar em altos índices de produtividade e rentabilidade.
Na palestra desenvolvida pelo o Engenheiro Agrônomo da Cooperalfa, Luan Pivatto, foi apresentado a cooperativa, o projeto sobre “Segregação de trigo” e dentre eles o projeto “Farinhas Especiais”, trazendo aspectos técnicos e diferenciais de mercado que podem agregar valor ao trigo na hora da comercialização dos grãos. “Em 2022 iniciamos o projeto de Cooperação entre a Cooperalfa e a Embrapa Agropecuária Oeste, com o objetivo de pesquisar novas cultivares adaptadas as condições edafoclimáticas do estado do Mato Grosso do Sul. Através desse trabalho em conjunto, teve-se a possibilidade de selecionar cultivares que atendam a necessidade da indústria, relação entre densidade e produtividade, e principalmente com boa tolerância a doenças. Também com base nesses 3 anos de pesquisa, foi possível disponibilizar aos produtores o Projeto Farinhas Especiais. Este projeto está sendo visto com otimismo pelos produtores e cooperados, pois, além de disponibilizar assistência técnica especializada, atende um dos principais obstáculos da comercialização de trigo: a liquidez de sua produção.”
Durante a manhã de campo, Giovani Stefani Faé, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS), falou sobre o “Programa de Incentivo ao Trigo Tropical”, que reuniu técnicas de manejo, entre outras estratégias que podem contribuir com a sustentabilidade da triticultura. De acordo com ele, o potencial de crescimento da triticultura em ambiente tropical depende da organização dos diversos segmentos que compõem a cadeia, balizados pelo suporte dos conhecimentos que estão sendo gerados e constantemente atualizados pela pesquisa. “Estamos trabalhando com avanços para vencer os limitantes do crescimento do trigo no ambiente tropical, como o desenvolvimento de cultivares com resistência à seca e melhor tolerância à brusone, aliado ao aprimoramento dos sistemas de produção considerando diferentes culturas na rotação, refino no zoneamento agrícola e, especialmente, ações de transferência de tecnologia para qualificar a assistência técnica visando a maior segurança do produtor no cultivo do trigo”.
No período da tarde, os participantes visitaram os campos experimentais e puderam esclarecer as dúvidas com especialistas. O evento foi uma realização da Cooperalfa, Embrapa Agropecuária Oeste e contou com apoio da Fundação Meridional, OR Genética de Sementes e Biotrigo Genética.
Trigo Tropical – No Brasil, é muito recente a produção de trigo no cerrado, para isso a Embrapa, junto com a OCB construiu um treinamento focado em trigos tropicais. No estado do Mato Grosso do Sul, ainda é possível cultivar trigo tropical com alto potencial de produtividade. O engenheiro agrônomo e coordenador de agricultura da Cooperalfa, Claudiney Turmina, relata que nestas regiões, diferentes do Sul, possui grande irradiação (radiação solar), que auxilia para uma qualidade específica de farinha. “Juntamente com o Luan e o Dr. Claudio, buscamos conhecer as cultivares e adaptar o manejo e agora estamos em fase de construção para no futuro termos uma ampliação de área na região”.
Em 1987, o estado do MS, chegou a cultivar 400 mil hectares de trigo, atualmente esse número não ultrapassa 40 mil hectares. Segundo a Stonex, em 2023 o Brasil importou cerca de 7,5 milhões de toneladas de trigo, sendo que consome cerca de 11.5 a 12 milhões de toneladas e exporta 2,5 milhões de toneladas.
Um dos objetivos da Cooperalfa em levar o projeto para o estado do MS, foi devido a importância da inserção do trigo no sistema produtivo. Conforme dados de pesquisa do pesquisador da Embrapa Soja, Salvador Goldoni, a soja teve produtividade superior a 10 sc/ha após o cultivo de inverno com trigo quando comparado ao cultivo de milho segunda safra. O trigo também é uma cultura extremamente rentável quando comparada ao cultivo de milho “tardio”, ou seja, aquelas lavouras que são semeadas no final do mês de março ou meados de abril. Além desses benefícios, também facilita o manejo de plantas daninhas, promove ciclagem de nutrientes e entrega ótima quantidade e qualidade de palha/ha, um dos princípios do sistema de plantio direto.
Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste
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