Embrapa e lideranças reúnem-se para fortalecer Terras Indígenas em Dourados

O pesquisador Milton Parron Padovan, da Embrapa Agropecuária Oeste, à frente, apresentando aos participantes da reunião os objetivos do Projeto

Uma equipe da Embrapa Agropecuária Oeste visitou a Escola Tengatuí Marangatu, localizada na Terra Indígena Jaguapiru, na segunda-feira, 8 de abril de 2025, para apresentar projeto da Embrapa em parceria com a Secretaria da Cidadania (SEC) do governo do estado de Mato Grosso do Sul (leia a matéria sobre o convênio). O encontro reuniu representantes das Terras indígenas Jaguapiru e Bororó e teve como objetivo discutir iniciativas em benefício das comunidades indígenas locais da RID (Reserva Indígena de Dourados). O resultado esperado é a entrega do Diagnóstico Participativo Etno Sócio-ambiental-produtivo da RID à SEC, contribuindo para ações estratégicas voltadas ao desenvolvimento sustentável dessas comunidades.

Estiveram presentes na reunião os pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste Milton Parron Padovan e Laurindo André Rodrigues, o analista Leandro Lima de Oliveira e o técnico Oscar Pereira Colman. Representando as aldeias indígenas, participaram Osvaldo Lemes Ferreira, coordenador pedagógico da Escola Guateka (Aldeia Jaguapiru); Kalyne Mamede Terena, coordenadora da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer/MS); Wesley Silva Meireles, assessor da Conafer/MS; Nilcimar Cabreira Morales; presidente da Associação dos Jovens Indígenas (Aldeia Bororó); e Luzinete Reginaldo, membro da liderança da Terra Indígena Jaguapiru.

O projeto, proposto e executado pela Embrapa Agropecuária Oeste e governo do estado de MS, com gestão administrativa e financeira da Faped, visa aprofundar a compreensão sobre os desafios que comprometem a cultura, a subsistência e o bem-estar das comunidades indígenas das etnias Guarani Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena. “A iniciativa busca identificar os problemas enfrentados por esses povos e suas causas de forma fidedigna, bem como propor soluções, utilizando-se metodologias participativas, para embasar a formulação de políticas públicas e ações estruturadas assertivas”, enfatizou o pesquisador Padovan.

Para o assessor Meireles, “essas primeiras reuniões são importantes para termos um norte de como trabalhar”, e completou: “às vezes, a pessoa quer falar, mas não sabe para quem e como”. O coordenador pedagógico Ferreira ressaltou a importância de as mulheres e os jovens serem envolvidos neste trabalho. “A minha esperança está neles. Educação e sustentabilidade são o que regem tudo o que falamos nessa reunião”, disse. As próximas reuniões já estão sendo agendadas, além de entrevistas e oficinas nas comunidades.

Entre os objetivos do projeto, destacam-se a identificação das causas dos desafios relacionados à produção de alimentos, segurança e soberania alimentar, nutrição, saúde, educação e sustentabilidade. Além disso, o trabalho subsidiará a estruturação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), incluindo um etnozoneamento para contribuir com a melhoria das condições de vida, autonomia e fortalecimento das tradições indígenas.

A estratégia de ação para o desenvolvimento dos trabalhos prevê a formação de uma equipe multidisciplinar, interdisciplinar e interinstitucional, com a participação de diversas unidades da Embrapa, universidades, Funai, organizações indígenas, prefeituras e ONGs.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste

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