Os dois últimos painéis do II Simpósio de Sistemas Intensivos de Produção (II SIP), em 17 de agosto, em Campo Grande, MS, foram sobre manejo fitossanitário e sobre mercados, serviços ambientais e certificações, respectivamente, por meio de palestras e finalizadas com mesas redondas para serem debatidas com o público. São temas que interferem diretamente nos sistemas de produção intensivos.
Os palestrantes do painel sobre manejo fitoassanitário o pesquisador Guilherme Lafourcade Asmus, da Embrapa Agropecuária Oeste; a pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Eliane Dias Quintela, e o sócio-proprietário da Kasuya Inteligência Agronômica, Luiz Henrique Kasuya.
O pesquisador Asmus fez um panorama sobre a situação atual brasileira com relação a perdas na agricultura devido à grande incidência de nematoides nas culturas: “A estimativa que se perca 22 milhões de reais devido aos nematoides, somando diversas culturas, no Brasil”.
Segundo Asmus, em sistemas intensivos de produção, o uso intensivo do solo, com cultivos sucessivos, reflete diretamente na população de nematoides e indiretamente no ambiente edáfico. “Vão ser maiores ou menores de acordo com a modelagem que se dá ao sistema”. Há duas linhas em manejo de nematoides: uma delas é não permitir que a população aumente (exemplo: algodão com soja resistente, algodão com braquiária, algodão com milho), a outra é aumentar a tolerância a nematoides no sistema como um todo.
Em seguida, a pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Eliane Dias Quintela, falou sobre o manejo de pragas em sistemas intensivos de produção. “Atualmente, o que existem são pragas de sistemas e não mais pragas de culturas”, avaliou. A recomendação é manejar o sistema o ano inteiro.
Há também os inimigos naturais, que contribuem para a redução das pragas. “O principal componente do MIP [Manejo Integrado de Pragas] é conservar os inimigos naturais. Temos mais de 1 milhão de insetos e somente 5% deles são pragas”, alertou Eliane. Ela também disse que o produtor precisa conhecer os insetos, a capacidade de recuperação da planta, além de observar os níveis de controle das pragas a fim de reduzir a quantidade de inseticidas e de usar os inseticidas de forma criteriosa.
Já o sócio-proprietário da Kasuya Inteligência Agronômica, Luiz Henrique Kasuya, falou da necessidade de corrigir o solo, fazer a interação entre os nutrientes e saber exatamente como combinar e equilibrá-los para o bom manejo fitossanitário. “Isso é o que faz produzir bastante”, disse. Além disso, levar em consideração o ambiente de produção: radiação solar, rizosfera (ambiente em volta das raízes), temperatura, formação de perfil de solo para que desenvolva raiz, água.
Serviços ambientais
No último painel do dia, Luiz Pradella, vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) falou sobre o uso e cobertura do solo na região Oeste da Bahia durante o Painel sobre mercados e serviços ambientais. “Tudo pode ser melhorado a cada dia que passa”. A Aiba possui 1300 produtores, ocupa uma área de 200 mil irrigados na região oeste da Bahia. “Ainda existe a possibilidade de aumentar a irrigação”, garantiu.
Falou da importância dos sistemas integrados de produção, como o Plantio Direto, para reter a água, escalonando o plantio, mesmo em período de veranico. Com 13 anos de SPD, houve incremento de carbono ao solo (0 a 20 cm) no período de 0,8 pontos percentuais – equivale a queima de 25.197 litros de óleo diesel por um motor.
Clândio Favarini Ruviaro, professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), falou sobre os novos mercados de carbono. O novo mercado permite que se comercialize crédito de carbono. “A implementação de um mercado para negociação de carbono permitiria a comercialização de créditos de carbono gerados pela agricultura”, disse.
Os benefícios de pagamentos de serviços ambientais é que os produtores podem receber para preservar o ecossistema. Oporunidades: programas estaduais e federais que têm oferecido incentivos para produtores que adotem boas práticas ambientais. “A expectativa é que até o final de 2023 o governo federal edite decreto de regulamentação de lei que cria a Política Nacional de Pagamento por serviços ambientais”, disse Ruviaro. Entre as vantagens serão o acesso a mercados exigentes, a concorrência mais justa e a uma sociedade informada e protegida.
Henrique Debiase, pesquisador da Embrapa Soja, falou sobre o Programa de Soja Baixo Carbono – PSBC – para agregar valor a soja produzida ligada a sistemas sustentáveis. Tem a participação com entradas de mercado com sete grandes players. “É o conjunto de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que estabelece, implementa e operacionaliza um protocolo de certificação voluntário e de 3ª parte, com embasamento científico e reconhecimento internacional”, explica Debiase. O pesquisador disse que surgem oportunidades neste contexto. “Diferenciais competitivos, linhas de financiamento e juros diferenciados, títulos verdes e créditos de carbono”.
Unidades da Embrapa – Fazem parte da equipe Embrapa: Agropecuária Oeste, Agricultura Digital, Algodão, Arroz e Feijão, Gado de Corte, Soja, Solos, Territorial e Trigo.
SIP 2023 – O Simpósio tem apoio da Ampasul, Aprosoja, Sistema Famasul, Senar-MS, Uems, Governo de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Sistema OCB/MS e Agoro Carbon Alliance, com patrocínio da Bayer, CHD´s Brasil, Sicredi, Rede ILPF e Syngenta.
Fonte: Embrapa
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