Nova fronteira agropecuária Central Mineira é estratégica para Minas

Painel “Central Mineira: um território de desenvolvimento do agro

Com um planejamento estratégico focado e o apoio de iniciativas inovadoras, a Central Mineira, nova fronteira agropecuária do Brasil, foi apresentada pela Embrapa e pelo Sistema Faemg/Senar durante o workshop “Inovações e desenvolvimento regional com empreendedorismo”, realizado em 14 de agosto, em Sete Lagoas, MG.

O workshop teve o apoio da Secretaria de Estado de Agricultura e da Secretaria do Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais e integrou a programação da terceira edição da Feira da Conexão entre Agro, Indústria, Comércio e Serviços, a Feconex 2024. A Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) e as empresas Bioma e Multitécnica são parceiras do estande da Embrapa na feira, que acontece até 17 de agosto, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

A Central Mineira abrange as mesorregiões Metropolitana, Central e Noroeste de Minas Gerais e surge como uma promissora fronteira agropecuária nacional. A região se destaca por diversos atributos que a posicionam de maneira privilegiada no cenário agrícola. Solos mecanizáveis facilitam a otimização de produção. Uma pluviometria favorável e fontes abundantes de água garantem condições ideais para o cultivo.

Além disso, a logística eficiente e agroindústrias bem estruturadas impulsionam a distribuição e a agregação de valor aos produtos locais.

Inovação e empreendedorismo

“A Feconex é uma feira de oportunidades para mostra, conexões e ampliação dos negócios de base tecnológica, promotoras do desenvolvimento de Sete Lagoas e região. O negócio agropecuário, pautado em ciência, dados e evidências, requer inteligência estratégica territorial, ativos de inovação e empreendedorismo para competitividade dos setores econômicos. A Embrapa, enquanto Empresa de ciência, tecnologia e inovação, participa da Feconex como instituição âncora para o agronegócio, e potencializa o Movimento Central Mineira: a nova fronteira agropecuária do País, como uma temática relevante para os novos negócios emergentes, e para o progresso e o desenvolvimento regional”, destacou Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo.

A chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia Sara Rios, da Embrapa Milho e Sorgo, ressaltou que Minas Gerais é um território de oportunidades em que a economia já é pujante e pode se fortalecer ainda mais nas cadeias de grãos, proteína animal e cadeias afins.

“A Embrapa promove este movimento porque se desafia continuamente e contribui com ações de inteligência territorial estratégica, mediando interesses público-privados, e, claro, oferecendo também tudo que existe de tecnologia altamente disruptiva, moderna e de alto impacto para o setor produtivo. Inclusive, disponibilizamos tecnologias que estão há mais de 40 anos sendo validadas em diferentes mesorregiões de Minas Gerais, especialmente nas regiões Metropolitana, Central Mineira e Noroeste de Minas, locais-alvo do Movimento Central Mineira. O nosso estado tem o privilégio de contar também com ativos tecnológicos competitivos desenvolvidos por diversas instituições de ciência e tecnologia instaladas na nossa região”, pontuou Rios.

No workshop, foram lançados a marca, o site e a websérie Central Mineira. Para conhecer o site clique em www.portalcentralmineira.com.br

Desenvolvimento, oportunidades e investimentos

O workshop foi composto por dois painéis. O primeiro painel, “Central Mineira: um território de desenvolvimento do agro”, foi mediado por Celso Furtado, superintendente do Sistema Faemg/Senar.

Bernardo Pires, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), proferiu a palestra “Critérios socioambientais para atender o mercado de grãos”.

Pires relatou que o uso das tecnologias promove o aumento da produção, com sustentabilidade, sem aumentar uso das áreas cultivadas. A cadeia de oleaginosas empregou 2,3 milhões de trabalhadores em 2023. Um acréscimo de 1,18 milhão de pessoas em 11 anos. O Brasil utiliza 32% da sua área para atividades agropecuárias. Isso credencia o País como a terceira potência agrícola do mundo.

Em seguida, Caio Coimbra, da Seapa-MG, abordou “Políticas existentes, planos de Governo para promover mais sustentabilidade às atividades agropecuárias na região Central Mineira”. “O agronegócio é indispensável à economia do estado e tem expressiva influência na geração de postos de trabalho e oportunidades de renda”, disse Coimbra.

Daniel Pereira, pesquisador da Embrapa, falou das “Potencialidades para o desenvolvimento da agropecuária”. “O principal papel do Brasil é contribuir para o abastecimento de alimentos, fibras, energia, descarbonização do clima e a conservação ambiental. O uso de tecnologia pode revolucionar a produção agropecuária, e as tecnologias já estão disponíveis”. Entre essas tecnologias, Guimarães citou as Barraginhas e os cochinhos para aumentar a infiltração de água no solo, o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e o Sistema Antecipe.

O segundo painel, “Central Mineira, um território de oportunidades e investimentos”, foi moderado por Gustavo de Salvo, proprietário da Fazenda Lagoa dos Currais, em Curvelo, MG.  Na primeira palestra, Antônio Pitangui de Salvo, presidente do Sistema Faemg/Senar falou de como a Faemg pode integrar as diversas cadeias nesse território, com foco em cadeias de grãos e de proteína animal.

“Gerar tecnologias, nós sabemos. O desafio é levá-las ao pequeno e médio produtor. Temos leite, corte, eucalipto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e temos, ainda, a logística a nosso favor, além de outras especificidades. Transformar esta região em um polo altamente produtivo, com união e tecnologia, só será possível se continuarmos trabalhando juntos, vestindo a mesma camisa, no interior e fora, do pequeno ao grande, do campo à mesa”, comentou.

Em seguida, Isamara Santana, da Multitécnica abordou “Visão de futuro: como contribuir no desenvolvimento da Central Mineira”. “A Feconex é um evento esperado pela Multitécnica porque é uma oportunidade para mostrar à população e ao setor industrial de Sete Lagoas que trabalhamos para o Agro”, disse Santana.

“Como contribuir com o desenvolvimento da Central Mineira com foco em sustentabilidade e agricultura”, foi proferida por Uênio Nascimento, gerente da Bioma. Ele enfatizou que “o Brasil, hoje, é o País que mais utiliza o controle biológico no mundo. O Brasil, hoje, é o País que tem o maior número de tecnologias inovadoras e disruptivas, como é o caso do BiomaPhos, para o controle biológico no mundo. Nós somos referência”.

Sobre o assunto “Investir para desenvolver: fomento e linhas de crédito voltadas para o sistema tecnológico regional, com foco no desenvolvimento”, o convidado foi Cleyton Alves, gerente de negócios do Sicoob Crediminas. Ele enfatizou o objetivo de sua instituição. “O cooperativismo tem a missão de impulsionar o desenvolvimento socioeconômico e regional, levando a educação financeira e oferecendo produtos e serviços financeiros adequados. O nosso foco principal é orientar o produtor rural”.Invista na Central Mineira: a nova fronteira agropecuária

“Atração, conexões e estruturação de parcerias para o desenvolvimento regional da Central Mineira são os principais objetivos e resultados a serem alcançados neste workshop”, disse Fredson Chaves, supervisor de Transferência de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo

O workshop teve o objetivo de conectar as instituições e as Unidades da Embrapa para contribuir com o movimento Central Mineira. O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Dênis Rocha, empresários e representantes de empresas públicas e privadas compareceram ao evento.

“Durante a Feconex 2024, as empresas e os empreendedores poderão agendar um horário com a Embrapa para participar de rodadas de negócios, apresentar seus projetos para o território Central Mineira e formalizar intenções de parceria.

Fábrica de rações

No segundo painel do workshop, Cassio Camargos, gerente de Qualidade e Integração da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), falou sobre a fábrica de rações que será inaugurada pelo Sistema CCPR em 2024. Ele anunciou que, “muito em breve, em Curvelo, uma nova unidade industrial para produção de rações e suplementos minerais será aberta. Essa unidade terá a capacidade produtiva 35 mil toneladas/mês, na primeira etapa, que gerará muitas oportunidades. Os cooperados poderão fornecer matéria-prima, como milho, sorgo e soja, para abastecer produção de diversos tipos de ração para bovinos de leite e de corte, equinos, suínos, aves e pets”.

“É preciso um olhar disruptivo para o agronegócio, pois as transformações nos modelos de negócios e a relação entre os elos das cadeias de produção estão sendo puxadas pela competitividade e sustentabilidade (ESG), que são consideradas, hoje, as novas regras do mercado mundial. As inovações e a inteligência artificial chegaram para revolucionar o tempo, a velocidade do mercado, o comportamento e as escolhas das pessoas e da automação dos processos. Tudo isso para que sejam alcançados resultados positivos e duradouros para várias gerações no presente e no futuro”, disse Camargos.

Cooperação técnica

Durante o workshop Central Mineira, foram realizadas assinaturas de dois acordos de cooperação técnica para desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologia no território abrangido pela Central Mineira. O primeiro, entre a Embrapa Milho e Sorgo, o Sistema Faemg/Senar e o Governo de Minas. E o segundo foi assinado entre a Embrapa Milho e Sorgo e a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR).

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

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