Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Embrapa Soja
A Embrapa Soja irá promover o painel Novas tecnologias na agricultura a partir da genética, no dia 10 de abril, das 10h30 às 12h, no Pavilhão Smart Agro, durante a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (Expo Londrina 2025), a ser realizada entre 04 a 13 de abril, em Londrina (PR). As inscrições são gratuitas e podem ser feitasaqui.
O chefe-geral da Embrapa Soja Alexandre Lima Nepomuceno irá ministrar a palestra sobre edição gênica em plantas e animais. Outro tema será sobre edição gênica em microrganismos e será apresentado pelo professor Galdino Andrade, da Universidade Estadual de Londrina. O evento contará com a moderação da pesquisadora Liliane Henning, da Embrapa Soja.
Edição gênica
Técnicas para editar e modificar o DNA das espécies são utilizadas desde a década de 1980, porém uma das tecnologias mais promissoras na área de edição de genomas é denominada CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas). Essa técnica possibilita a identificação de genes de interesse no DNA da espécie em estudo e sua modificação, de acordo com os objetivos agronômicos a serem introduzidos, como por exemplo, a resistência a doenças, pragas, ou mesmo maior tolerância as mudanças climáticas. “A metodologia CRISPR pode ser considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo, sem a necessidade de introdução de genes de outras espécies como é no caso dos transgênicos”, explica Nepomuceno.
No Brasil, a regulamentação para a utilização de organismos geneticamente modificados (OGMs) é feita pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A comissão aprovou a Resolução Normativa 16, em 2018, que estabelece os requisitos técnicos para apresentação de consulta à CTNBio sobre as Técnicas Inovadoras de Melhoramento de Precisão. Galdino Andrade explica que, com a normativa, houve regulamentação sobre os microrganismos editados, por exemplo, que passaram a ser considerados não transgênicos, uma vez que, com essa técnica, não há modificação genética com DNA de organismo de outra espécie, como ocorre nos transgênicos. “A partir da regulamentação dos organismos editados, o número de análises e produtos no mercado agrícola tem aumentado consideravelmente o que contribui para uma agricultura mais sustentável e de baixo carbono”, afirma o professor Galdino Andrade, da UEL.
A Embrapa Soja vem testando várias metodologias de edição gênica, desde 2015. Em setembro de 2022, a CTNBio considerou a primeira edição no genoma da soja, conduzida pela Embrapa com a técnica CRISPR como não transgênica. Neste trabalho, foram desativados alguns fatores antinutricionais (lectina) que dificultam a absorção de proteínas por animais que se alimentam de soja. Em 2023, a CTNBIO também considerou como não transgênica uma outra linhagem de soja a partir da técnica de edição gênica CRISPR, com a característica de tolerância à seca. Nepomuceno considera os avanços na ciência fundamentais para o alcance de resultados mais promissores e reforça que as novas ferramentas de biotecnologia promovem maior agilidade e precisão na análise e na interpretação dos dados científicos para a pesquisa agrícola. “Hoje vivemos uma revolução na genética e todo este novo ferramental sendo disponibilizado traz maior eficiência, rapidez e redução de custos no desenvolvimento de variedades mais produtivas e que possam lidar com os problemas causados pelas mudanças climáticas”, avalia.
Para Galdino Andrade, a edição gênica de microrganismos no Brasil tem tido destaque nos últimos anos, especialmente com o avanço das tecnologias de edição genética, como CRISPR-Cas9. “Essa técnica permite modificações precisas no DNA, oferecendo potencial para várias aplicações”, ressalta o professor. “Na agricultura, o uso de microrganismos geneticamente modificados pode aumentar a resistência a pragas, melhorar a absorção de nutrientes e aumentar a produtividade das culturas. Na saúde, a edição gênica pode ser usada para desenvolver vacinas e tratamentos, além de melhorar a produção de medicamentos por meio de microrganismos que atuam como fábricas biológicas. Por outro lado, no ambiente, os microrganismos editados podem ser utilizados para biorremediação, ajudando na degradação de poluentes e recuperação de ecossistemas”, destaca.
Participação da Embrapa Soja na Expo Londrina – Durante a Expo Londrina, a Embrapa Soja irá antecipar as festividades de aniversário, que será celebrado no dia 16 de abril. Para comemorar os 50 anos de pesquisa de soja e os 100 anos de introdução comercial desse grão no Brasil, os visitantes da Expo Londrina poderão conhecer a trajetória da soja brasileira, no estande institucional, a partir de plantas representativas de diferentes épocas. Quem visitar o estande também terá a oportunidade de conhecer o uso da soja no dia-a-dia. “Vamos apresentar a história da soja no Brasil, a partir de cultivares desenvolvidas em diferentes períodos da sojicultora. Vale dizer que mesmo a soja tropical que hoje é semeada na região do Cerrado, por exemplo, foi desenvolvida aqui em Londrina, pelos nossos pesquisadores”, lembra o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. “Mas também queremos discutir os problemas atuais da soja e projetar o futuro desse grão, por isso, vamos realizar um painel técnico para abordar o potencial da biotecnologia e da edição gênica, durante a Expo Londrina”, reforça.
SERVIÇO
Painel: Novas tecnologias na agricultura a partir da genética
Data: 10/abril (quinta-feira)
Horário: 10h30 – 12h
Local: Pavilhão Smart Agro, Expo Londrina 2025, Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina (PR).
Inscriçõesaqui.
Fonte: Embrapa Soja
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