Calculadora precisa de produtores nesta etapa de validação da ferramenta.
A edição 2025 da Dinâmica Agropecuária (Dinapec) trouxe as mais recentes tecnologias e estratégias para o desenvolvimento da pecuária brasileira, com foco no aumento da produção sem a necessidade de expansão de novas áreas.
O chefe-geral da Embrapa Territorial (Campinas-SP), Gustavo Spadotti, destacou que a Empresa tem direcionado seus esforços para o aumento da produção pecuária por meio da intensificação do uso da terra e do incremento da produtividade, dispensando a abertura de novas áreas.
Ele explicou que basicamente existem três formas de aumentar a produção: expandir a área, aumentar a produtividade ou intensificar o uso da terra. Nesse contexto, ressaltou a importância do Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, uma política pública que visa intensificar os sistemas de produção e diminuir a diferença de produtividade entre os pecuaristas mais e menos tecnificados pela adoção de tecnologias. O objetivo principal é promover a expansão agropecuária de forma sustentável, sem a necessidade de desmatamento ou pressão sobre novas fronteiras agrícolas.
Segundo dados apresentados por Spadotti, se todos os pecuaristas brasileiros alcançassem a média de produtividade nacional, seria possível produzir o rebanho atual de aproximadamente 200 milhões de cabeças de gado em apenas 60 milhões de hectares. Isso liberaria cerca de 100 milhões de hectares para outras atividades, como silvicultura e recomposição de vegetação nativa. Essa análise evidencia o grande gap de produtividade existente no setor e o potencial de otimização do uso da terra.
Para o pesquisador Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), a recuperação de áreas degradadas não só contribui para o aumento da produtividade, como também desempenha um papel crucial na mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Macedo afirma que o Estado de Mato Grosso do Sul é um exemplo, pois conseguiu reduzir a área e o rebanho bovino enquanto aumentava a produtividade com estratégias de manejo eficientes.
Ainda em fase de validação, a Calculadora de Pegada de Carbono visa auxiliar os produtores a adotarem as melhores tecnologias dentro de suas propriedades de acordo com sua realidade, e quando finalizada será mais uma tecnologia para desenvolvimento da pecuária sustentável. Durante a Dinapec 2025, o chefe-geral da Embrapa Percuária Sudeste (São Carlos-SP), Alexandre Berndt, apresentou a ferramenta e convidou os pecuaristas presentes no evento a participar da etapa de validação da plataforma, compartilhando dados de suas propriedades (com garantia de sigilo) nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Os parceiros terão acesso à calculadora, análises aprofundadas e agregadas, além de treinamento on-line, demonstrando a forte base científica por trás da iniciativa. A expectativa é que a calculadora seja um importante instrumento para a gestão sustentável e à produção pecuária de baixo carbono no Brasil.
Spadotti, Macedo e Berndt foram palestrantes no painel “Carbono sob Controle”, realizado no dia 25. Esse foi um dos quatro painéis da Dinâmica. Os outros abordaram Saúde Única, Sistemas Pecuários Sustentáveis e Integração na Produção Agropecuária.
Sobre a Dinapec
A Dinâmica Agropecuária – Dinapec é uma realização da Embrapa, do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e do Sistema Famasul, com patrocínio da Unipasto, Timac Agro, Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), Sicoob e Marfrig Global Foods.
Fonte: Embrapa Gado de Corte
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