Participantes
Especialistas e pesquisadores representando instituições do Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai se reuniram no Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA), sediado em Brasília, nos dias 11 e 12 de junho. O encontro teve como objetivo central discutir estratégias para promover um ambiente de debate e intercâmbio de conhecimento sobre questões fundamentais para o presente e o futuro da pecuária regional sustentável.
Particularmente, o foco recaiu sobre a elaboração de indicadores destinados a avaliar a sustentabilidade econômica, social e ambiental da pecuária regional. Os debates abordaram lacunas existentes nos inventários de gases de efeito estufa (GEE), bem como estratégias de mitigação desses gases, com especial atenção às emissões de metano e óxido nitroso, além da captura de carbono do solo proveniente das atividades pecuárias.
Marilia Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, enfatizou a importância de enriquecer propostas de indicadores que abarquem essas dimensões e analisou a viabilidade técnica e as informações necessárias para sua implementação.
Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste e representante do Brasil no GT de Pecuária Sustentável do Procisur destacou a interação construtiva entre os membros dos 4 grupos presentes: Governo, Produtores, Financiadores e Cientistas. O resultado do questionário individual aplicado foi consolidado por grupo e indicou as principais demandas e oportunidades de colaboração.
O pesquisador Guilherme Malafaia, da Embrapa Gado de Corte e coordenador do CICarne, também participou. Ele destacou a importância de gerar um espaço de discussão, troca e construção de conhecimento sobre temas fundamentais para o presente e o futuro da pecuária sustentável, em especial na construção de indicadores para análise da sustentabilidade econômica, social e ambiental da pecuária no Cone Sul.
Além disso, o grupo de especialistas examinou lacunas na pesquisa e desenvolvimento (P&D) em áreas como carbono, água, biodiversidade e bem-estar animal, levando em conta o estado atual do conhecimento nessas áreas e as demandas identificadas pelos principais interessados. O foco foi nas necessidades de pesquisa relacionadas às estratégias mais promissoras para mitigação de GEE em sistemas pecuários regionais.
Outros temas abordados incluíram a consolidação da rede de atores regionais envolvidos em P&D sobre pecuária bovina sustentável e o fortalecimento da comunicação entre eles. Espera-se que esses esforços promovam o desenvolvimento de projetos colaborativos de pesquisa nos países do Conselho Agrícola do Sul (CAS).
Como resultado dessas deliberações, espera-se a formulação de um conjunto de indicadores para avaliar a sustentabilidade da pecuária regional, a identificação de prioridades de pesquisa para os inventários de GEE e a proposição de ações conjuntas para abordar essas lacunas. Recomendações serão feitas para a alocação eficaz de recursos e esforços de pesquisa nas áreas de carbono, água, biodiversidade e bem-estar animal, com o objetivo de fortalecer a rede de atores envolvidos na promoção da pecuária sustentável regional.
A intenção é promover pesquisas conjuntas que aprofundem ou gerem novos conhecimentos na área de avaliação ambiental da pecuária, estratégias de mitigação e adaptação, bem como seu monitoramento, insumos para elaboração do plano de ação da Fase 2 do GT Pecuária (Procisur) e Plataforma da Pecuária Bovina Sustentável (IICA-BID).
Técnicos dos Ministérios da Agricultura e Pecuária (ou equivalente) dos países membros do Conselho Agricola do Sul (CAS), gestores do Setor Agricultura Florestas e Uso do Solo (AFOLU, sigla em inglês), que atuam na construção dos Inventários de Emissões nacionais de GEE de cada país do CAS. pesquisadores da Embrapa, INTA, INIA Uruguai, INIA Chile, IPTA Paraguai e universidades públicas e privadas na região do CAS. Também participaram representantes de empresas, associações técnicas de produtores, comitês nacionais de pecuária e institutos nacionais de carne de cada país do CAS e especialistas setoriais do IICA e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Fonte: Embrapa Meio Ambiente
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