Técnicos da Embrapa recebem capacitação em colheita de sementes de forrageiras por varredura

Durante treinamento, máquina e implementos para colheita de sementes foram protagonistas.

As equipes de campos experimentais e de máquinas e veículos da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) receberam, durante esta semana, uma capacitação técnica em colheita de sementes forrageiras tropicais por varredura. A colheita comercial é feita por essa técnica, o que possibilita maior produtividade de sementes puras e viáveis. O treinamento foi uma parceria da Embrapa e a empresa Tendência Agronegócios. Já a negociação das máquinas e implementos foi viabilizada pela Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto) e doadas pelo Fundo Mato-Grossense de Apoio à Cultura da Semente (FASE-MT).

“Nos programas de melhoramento genético, a produtividade de sementes pelos progenitores e pelas candidatas a cultivares requer constante avaliação, constituindo um dos primeiros critérios de seleção. Da mesma forma, a avaliação de produtividade de sementes genéticas de cultivares em pré-lançamento e lançadas, de adaptabilidade ao ambiente para maior produtividade, bem como atividades de pesquisa aplicada no manejo para a maior produtividade de sementes, também precisam ser efetuadas baseadas no sistema profissional de produção e colheita e foi esse nosso foco ao elaborar a capacitação”, afirma Jaqueline Verzignassi, pesquisadora da Embrapa na área de Tecnologia de Sementes de Forrageiras Tropicais que, ao lado do técnico agrícola e gerente de Produção da Tendência Agronegócios, Honei José da Silva, foram responsáveis pelo treinamento.

Verzignassi relata que sementes da quase totalidade das cultivares de Brachiaria spp. e de Panicum maximum são colhidas no chão por máquinas apropriadas, munidas de vassouras de aço. A prática, rotineira, acontece devido as plantas apresentarem hábito de crescimento cespitoso (ereto), formando touceiras e as sementes sofrerem degrana natural (queda das sementes da panícula), quando maduras fisiologicamente e ao longo da fase reprodutiva.

Os colaboradores Francisco Quetez e Vagner Martins atuam no campo e no Laboratório do Setor de Tecnologia de Sementes do Centro de Pesquisa e, para eles, que também irão manusear o maquinário, a capacitação foi esclarecedora e relacionou cada etapa do processo, do corte até a colheita final, ao uso dos equipamentos. “Tivemos informações sobre os cuidados necessários que precisamos ter quanto com o equipamento e as respectivas manutenções”, conta Quetez. “Aprender na prática mesmo, no campo, com a máquina em serviço, foi o grande diferencial”, complementa Martins.

Nas 16 horas de teoria e prática, os doze funcionários de campo e máquinas, além dos colaboradores vinculados ao Convênio Embrapa-Unipasto e uma bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) souberam mais sobre os elementos da fisiologia da produção e colheita; os equipamentos – a segadeira de disco, o ancinho enleirador e a colheitadeira e seus mecanismos; a manutenção, a limpeza do maquinário; os cuidados em relação à segurança dos operadores; utilização e instruções para o corte das plantas, enleiramento e colheita das sementes.

Para o instrutor, Honei Silva, o tempo foi relativamente curto diante do volume de informações, sendo “necessárias mais horas, mas quando há um grupo interessado em aprender e acostumado com o campo, como o que ocorreu, o aprendizado flui”. Ele destaca que o conteúdo todo não será absorvido de uma única vez, principalmente, quando diz respeito a implementos agrícolas que envolvem, sobretudo, a segurança dos envolvidos.

“Os operadores vivenciaram a prática dos implementos e conheceram, na lida, a famosa colhedora de sementes pelo sistema de varredura, que trará benefícios para a pesquisa e para a qualidade da produção de sementes que serão percebidos ao longo do processo”, reforça Ademilson da Silva Oliveira, gestor de máquinas e veículos da Unidade da Embrapa.

Método de colheita varredura – alguns benefícios:
• promove o incremento na produtividade de sementes viáveis quando comparado à colheita do cacho;
• reproduz a produtividade real das cultivares em sistema comercial e profissional de produção;
• as sementes colhidas tendem a apresentar baixo nível de dormência;
• a colheita pode ser efetuada um pouco mais tardiamente, pois ocorre apenas após degrana total e;
• as sementes colhidas pelo método de varredura tendem a dispensar a secagem ou a reduzir o período demandado para a secagem.

Fonte: Dalízia Aguiar, Embrapa Gado de Cor

Fotos: Rodrigo Alva

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